Aumento de queimaduras por caravelas portuguesas no RS preocupa especialistas

Proliferação de águas-vivas e caravelas expõe impacto das mudanças climáticas no litoral brasileiro

A temperatura das águas costeiras do Rio Grande do Sul registrou um aumento de até 3°C no final de dezembro, segundo dados da MetSul, um fenômeno diretamente relacionado ao crescimento alarmante de águas-vivas e caravelas portuguesas na região. Essa elevação, atribuída ao aquecimento global, tem criado condições ideais para a proliferação desses animais marinhos, que já causaram queimaduras em mais de 14 mil banhistas neste verão, com média de mil ocorrências diárias.

Entre as espécies identificadas no litoral gaúcho, a caravela portuguesa, conhecida por seus tentáculos azulados e altamente venenosos, é considerada a mais perigosa. Além dela, o “reloginho”, uma espécie menor com tentáculos rosados, continua sendo responsável por boa parte dos casos de queimaduras em banhistas. A presença desses animais se intensificou significativamente em comparação ao verão anterior, quando a média diária de registros era de 750 ocorrências.

De acordo com o Ceclimar/UFRGS, a infestação já ultrapassa os números registrados em anos anteriores, reforçando a preocupação de especialistas sobre os impactos das mudanças climáticas na fauna marinha. Além das consequências imediatas nas pessoas afetadas, a presença cada vez maior dessas espécies destaca um desequilíbrio ecológico que pode trazer desafios contínuos para o manejo das praias e segurança dos banhistas.

O aumento expressivo de queimaduras em banhistas reflete não apenas a intensificação das mudanças climáticas, mas também a urgência de medidas preventivas e educativas. Especialistas alertam para a importância de respeitar as orientações de segurança, evitar áreas infestadas e buscar atendimento imediato em caso de contato com águas-vivas ou caravelas portuguesas.

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