Gaeco denuncia 24 por tráfico de drogas e agiotagem no presídio de Pelotas

Esquema comandado por facção no Presídio Regional de Pelotas envolve tráfico de drogas, agiotagem com juros de até 280% e lavagem de dinheiro, gerando um bloqueio de R$ 32 milhões

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) denunciou 24 pessoas por integrarem um esquema criminoso comandado por uma facção de dentro do Presídio Regional de Pelotas (PRP). A organização realizava a venda de drogas e oferecia empréstimos a juros abusivos. Entre os denunciados está um policial penal, todos enquadrados por organização criminosa, cuja pena varia de três a oito anos de prisão, além de multa.

Esta é a primeira parte da denúncia, apresentada à Justiça em 5 de dezembro. A apuração, que integra as operações “Caixa-Forte II” e “El Patron”, segue investigando outros crimes. Até o momento, foram realizadas 28 prisões, apreendidos 53 celulares, quase R$ 70 mil em espécie, além de documentos relacionados à contabilidade do tráfico.

Operações “Caixa-Forte II” e “El Patron”

A operação “Caixa-Forte II” focou em conter o tráfico de drogas e o ingresso de celulares no PRP e em outras unidades prisionais do estado, enquanto a “El Patron” atacou o braço financeiro da facção. A organização promovia agiotagem com juros de até 280%, além de lavagem de dinheiro, rifas ilegais e jogos de azar.

Desde 2023, o esquema movimentou mais de R$ 32 milhões. As investigações resultaram no bloqueio de 1,3 mil contas bancárias, no sequestro judicial de quatro imóveis e 10 empresas, incluindo açougues, frigoríficos e imobiliárias no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Resultados preliminares

O promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, do 10° Núcleo do GAECO/Sul, informou que já foram bloqueados mais de R$ 700 mil, apreendidas cerca de sete toneladas de carne e localizados mais de 10 veículos investigados. Além disso, foram recolhidas 12 armas e 27 apenados, entre os investigados, já foram transferidos do PRP.

Ao todo, a investigação, que começou em dezembro de 2023, contabiliza 118 pessoas investigadas.

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