Fenômenos climáticos extremos: o que esperar para 2025?

Depois de um ano marcado por catástrofes no Rio Grande do Sul e extremos climáticos globais, especialistas alertam sobre os desafios que o próximo ano pode trazer

O El Niño foi um dos principais responsáveis pelos eventos climáticos extremos de 2024, potencializando tempestades e alterando padrões de temperatura. No Rio Grande do Sul, as enchentes de maio se destacaram, descritas pelos meteorologistas como uma “tempestade perfeita”, resultado da combinação de oceanos aquecidos e fluxos intensos de umidade. Esses fenômenos causaram impactos severos e despertaram preocupações sobre a possibilidade de situações semelhantes em 2025. Apesar disso, a previsão para o próximo ano aponta um início mais estável, com chuvas dentro ou abaixo da média e temperaturas acima do esperado.

Além das enchentes, o ano de 2024 foi marcado por extremos de temperatura e outros eventos notáveis, como a chegada de fumaça das queimadas na Amazônia ao sul do continente. Entre agosto e outubro, o Rio Grande do Sul enfrentou semanas de baixa visibilidade e chuvas escuras, consequência de um período prolongado de seca no Centro-Norte do Brasil. Combinados com recordes de calor, como os 40,3°C em fevereiro, e mínimas intensas, como -7,3°C em julho, esses fenômenos refletem os impactos das mudanças climáticas.

Para 2025, a neutralidade climática no Oceano Pacífico pode trazer desafios adicionais. Especialistas explicam que, sem a influência direta de El Niño ou La Niña, os padrões atmosféricos se tornam mais vulneráveis a oscilações de curto prazo, dificultando previsões precisas. “Neutralidade não significa normalidade”, destaca uma meteorologista da MetSul, alertando que essas condições podem intensificar a variabilidade climática, resultando em extremos inesperados de chuvas, ciclones ou ondas de calor.

Embora não se espere uma repetição da catástrofe de 2024, eventos localizados, como enchentes ou tempestades, continuam sendo uma possibilidade. As mudanças climáticas têm intensificado os extremos climáticos globalmente, fazendo com que eventos incomuns se tornem mais frequentes. Segundo especialistas, a humanidade precisa se adaptar a um novo normal, onde os extremos farão parte do cotidiano, exigindo mais planejamento e estratégias para lidar com seus impactos.

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