Mudanças climáticas podem pressionar preços de alimentos ainda neste ano

Ondas de calor afetam cítricos e risco de queimadas cresce no país

A agricultura brasileira enfrenta desafios crescentes devido às variações climáticas extremas, como ondas de calor, secas prolongadas e frio fora de época. O economista Thiago de Oliveira, da Ceagesp, alertou que essa situação pode impactar os preços de alimentos já em 2024, especialmente os cítricos, como laranjas e limões, que são mais vulneráveis às mudanças climáticas. Ele destacou que a disseminação de doenças como o Cancro Cítrico, associada à instabilidade climática, ameaça ainda mais a produtividade dessas frutas no estado de São Paulo.

Essas condições adversas afetam também a colheita e o tempo de plantio, o que, segundo Oliveira, deverá refletir diretamente no aumento dos preços, começando pelo atacado em outubro e chegando ao consumidor pouco depois. Além dos cítricos, outros produtos como hortaliças também podem sofrer com o aumento nos preços. As temperaturas elevadas podem favorecer o consumo desses produtos, mas a maturação rápida e as dificuldades no plantio comprometem a oferta nas próximas semanas.

O economista destacou que a falta de previsibilidade climática tem sido um problema, dificultando o planejamento dos pequenos produtores, que são os mais afetados. Sem capital de giro suficiente, eles têm menos capacidade de investir em novas áreas de cultivo, o que pode agravar ainda mais a escassez de alimentos no mercado. No entanto, as chuvas recentes no estado de São Paulo trouxeram um alívio temporário, contribuindo para o controle das queimadas e favorecendo a produção em algumas áreas.

Apesar das queimadas terem atingido vários municípios paulistas, a ação coordenada de combate aos focos de incêndio tem mostrado resultados, com uma redução de 88% nas ocorrências. Mesmo com essa melhora, a Defesa Civil continua alerta e recomenda cuidados para evitar novos incêndios, especialmente nas regiões que ainda não receberam chuvas suficientes.

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